terça-feira, 20 de abril de 2010

CORTADOR DE CABEÇAS BANCOU JORNAL LIGADO AO PT

RAMIFICAÇÃO
"Cortador de cabeças" bancou jornal ligado ao PT
Verbas de impresso financiado por Frederico Flores seriam provenientes de sindicatos e programas do governo federal; prefeitura nega que tenha dado apoio


Frederico Costa Flores de Carvalho



Betim foi cenário de um suposto esquema do empresário
Frederico Costa Flores de Carvalho, 31, mentor e coautor da execução dos empresários Rayder Rodrigues, 38, e Fabiano Moura, 32, que tiveram as cabeças e as mãos decepadas antes de ser queimados numa mata em Nova Lima.

Segundo apurou reportagem de O TEMPO, a agência de Flores bancou, durante o ano de 2009, custos de um jornal criado para dar sustentação política à prefeita Maria do Carmo Lara (PT) e divulgar anúncios da prefeitura.

A jornalista Rafaela Araújo, ex-assessora do ex-deputado estadual Rogério Corrêa (PT), seria o elo entre Flores, empresas e a administração municipal com o impresso batizado de "Betim Já". Apesar de a Secretaria Municipal de Comunicação negar qualquer tipo de envolvimento, publicidade da prefeitura foi estampada no jornal.

Na edição de 23 a 30 de abril de 2009, por exemplo, o "Betim Já" trazia, em sua página de número 3, um anúncio da Prefeitura de Betim e do governo federal.

Quem explica essas ligações é a contratação da BLA Comunicação, de Betim, para diagramar o "Betim Já". Um dos sócios dessa empresa contou que parte dos trabalhos foi paga com cheque sem fundos da 404 Comunicações, agência de publicidade de Frederico Flores.

Outra pessoa que seria paga pelo "esquema Flores" é o jornalista Ilson Lima. Ele foi chamado para trabalhar no "Betim Já" como editor. No passado, ele havia assessorado a vereadora de Belo Horizonte Neusa Santos (PT). Já no início de 2009 suas tarefas se voltaram a elaborar dossiês contra adversário de MDC.

O jornal parou de circular quatro meses depois de ter sido lançado, mas Lima não ficou desempregado. O jornalista foi contratado pela secretária municipal de Saúde, Conceição Resende, para assumir cargo de chefia destinado a um profissional da Saúde.

Lima informou que nunca recebeu pagamento através de cheques dessa agência e que não sabia das estreitas relações do "cortador de cabeças" com o jornal que editava. Ele também rechaçou a possibilidade de ter sido contratado na prefeitura para receber salário de R$ 2.950 por causa de suas recentes atuações.

O delegado regional doTrabalho e primo de Flores, Carlos Calazans, diz ter sido vítima. Ele informou ao deputado Rogério Corrêa, em setembro de 2009, que havia sido torturado, obrigado a consumir drogas e sofrido violência sexual no apartamento do "cortador de cabeça", além de exigir dele o pagamento, em 24 horas, de uma propina de R$ 1 milhão.

Corrêa disse que a jornalista de Rafaela, braço de Flores em Betim, foi sua estagiária durante dois anos. "Desde então, não tenho conhecimento de suas atividades. Possuo apenas relações superficiais com ela. Não sabia que ela tinha relações com Frederico nem com essa empresa de publicidade", disse. Rafaela não retornou as ligações.

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