sábado, 15 de maio de 2010

DENÚNCIA. ATENDENTES ESTARIAM FAZENDO A AVALIAÇÃO DOS PACIENTES NO LUGAR DOS MÉDICOS



Morte de fundador do PT é a 4ª na UAI Guanabara em 15 dias
Durante reunião na Câmara, vereador Antônio Carlos (PT) disse que "companheiro" esperou 12 horas por atendimento; terceiro óbito foi de Divina Margarina da Cruz, 59

Em pouco mais de 15 dias, quat ro pessoas morreram na UAI Guanabara depois de serem atendidas, liberadas e terem seu estado de saúde agravado.

As duas últimas vítimas foram Divina Margarina da Cruz, 59, que faleceu no dia 3, e Osvaldo Mota, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), que morreu no domingo (9).

Além deles, também morreram dentro da UAI Josué Nepomuceno Clemente, 32, com suspeita de dengue e Leandro da Costa, 33, que faleceu com parada cardiorrespiratória e suspeita da mesma doença.

Nos dois casos a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que os pacientes foram assistidos durante todo o tempo que permaneceram no local. Entretanto, isso não evitou que mais mortes ocorressem na unidade.

O assunto foi debatido na reunião da Câmara na tarde de anteontem e, mesmo pertencendo a base de apoio da prefeita Maria do Carmo Lara (PT), o vereador Antônio Carlos criticou a falta de atendimento.

De acordo com o vereador, Osvaldo Mota morreu por negligência médica depois de aguardar atendimento por quase 12 horas." O nosso companheiro deu entrada na unidade às 3h30 com sintomas de infarto e morreu por volta das 15h30, quando a esposa dele, que é agente de saúde, constatou o óbito", ressaltou.

Procurada pela reportagem de O Tempo Betim, familiares de Osvaldo Mota não quiseram se pronunciar sobre o fato. Já o genro de Divina Margarida da Cruz, ainda inconformado, pediu providências. "Nos últimos 15 dias morreram quatro pessoas no mesmo local. Alguma coisa tem que ser feita pelo governo municipal. Uma semana antes de a minha sogra morrer ela foi atendida na UAI Guanabara. Lá, eles nos mandaram para a UAI Teresópolis, e depois falaram para a gente voltar para a Guanabara. De lá nos mandaram para um posto de saúde no PTB, e depois para casa. Ficamos esperando atendimento de um médico, mas ele não apareceu e, na sextafeira seguinte, voltamos com ela para a Guanabara, onde ficou por três dias até morrer aguardando ser transferida para um hospital", contou Gilson Ferreira, 42.

Segundo ele, atendentes estariam fazendo os atendimentos no lugar de enfermeiros e médicos. "Houve uma mudança na cidade e, com isso, os próprios atendentes, muitas vezes, nos recebem e nos avaliam. Isso é muito grave, pois esse deveria ser um papel do médico".

Sem resposta

Até o fechamento dessa edição, a prefeitura não se pronunciou sobre os problemas na unidade.

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