sábado, 30 de outubro de 2010

PF investiga incêndios criminosos com carretas que transportam carros

A polícia investiga um grande número de incêndios de caminhões-cegonha, especializados no transporte de outros veículos. Motoristas denunciam uma máfia agindo nas estradas numa briga para dominar um lucrativo mercado.




Por trás dos ataques estaria a disputa pelo milionário mercado de transporte de veículos novos. Um negócio que movimenta R$ 3 bilhões por ano no Brasil e virou caso de polícia.

“É uma máfia poderosa não só do ponto de vista do número de pessoas que estão a serviço, mas também da estrutura financeira que eles têm”, diz o delegado da polícia civil Gleyson Reis.

Os ataques acontecem sempre à noite em postos de combustíveis de beira de estrada como esse onde os motoristas param pra passar a noite, já que essas carretas não costumam rodar depois das seis da tarde. De acordo com a polícia, os criminosos sabem o dia, a hora, o itinerário e a carga transportada. E como eles usam uma quantidade muito grande de líquido inflamável, não dá tempo de salvar quase nada.

Vinte e quatro de março, Itumbiara, Goiás. Um motorista gravou o caminhão em chamas ao lado das bombas de combustível.

Em maio, novo ataque: o caminhão de João Luiz foi incendiado em Caruaru, Pernambuco. “Por volta de umas onze e meia, mais ou menos, acordei com a explosão, com o estrondo e tudo pegando fogo já”, diz o motorista João Luís Dresch.

A perícia encontrou garrafas pet retorcidas e latas de spray de tinta, com solvente, que é inflamável. A conclusão do laudo: foi incêndio criminoso.

“O pavor é grande. Tu está ali tentando apagar e explodindo os carros, pegando fogo. É bem. É difícil. Tu está arriscando a própria vida, correndo o risco de morrer queimado para salvar o patrimônio”, lamenta João.

A Polícia Federal também investiga o caso. “Polícia Federal nunca se eximinará de abrir novos inquéritos ou intensificar a investigação de persecução criminal as denúncias feitas”, afirma o secretário executivo do Ministério da Justiça José Luis Favetti.

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